Mês passado
minha mãe me emprestou o dicionário brasileiro da Língua Morta, um livro de Alberto
Villas que nos apresenta e explica termos que desapareceram do mapa. O
engraçado é que a todo momento identifico a linguagem dos meus pais nele. “Vem,
mô, o almoço tá pronto.” “ Mô” é um apelidinho afetivo que ouço sempre lá em
casa. “Amizade colorida”, assim que li no dicionário entrei em discussão com
minha mãe. Até porque esse termo existe firme e forte nos dias atuais. Aí, ela
me explicou que antes “amizade colorida” era o que hoje é “ficar”. Não precisa
ser seu amigo para ser chamado de amizade colorida quando se beijarem. Sacaram
a diferença?
Será que o
grupo “Babado Novo” se desmanchou por terem percebido que o seu nome caiu em
desuso? Sei não, mas de acordo com Alberto Villas, “Qual é o babado?” virou coisa
do passado. Agora seria mais “qual é a boa?”. Xiiii, desculpe lá, mas acho que
eu ou o Villas precisa se atualizar. Entre o meu grupo de amigos, quando estão
fofocando e eu chego, logo pergunto: “Qual é o bafo?” Com a gente, de “bafão”
em “bafão” é que as histórias acabam distorcidas e na boca do povo.
Outras
palavras só ouvi no dicionário Rita Lee mesmo. Quem é mais do “balacobaco” do
que ela? Outras ainda peguei na minha infância, como estar brincando de
ping-pong e “pedir a nega”. Era a revanche que eu precisava para virar o jogo.
Ou mesmo falar: “Nossa, Fulano é muito mauricinho”. Há também aquelas que só em
letra de música foram vistas, pois já viraram lenda há tempos! Que nem Roberto
Carlos e a sua garota “papo-firme”.
É, não
importa qual seja a época, os vocabulários são sempre muito divertidos de serem
relembrados! Das rodas de conversa para os livros, o “ó do borogodó” mesmo é
ficar de fora dessa engraçadíssima viagem no tempo.
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