sexta-feira, 21 de junho de 2013

Assunto de mesa de bar

Era uma sexta à noite, e lá estava eu com uma velha colega – que, aliás, não sei por que raios nunca viramos amigas – bebendo num bar e discutindo os dilemas da vida. De todos os problemas do mundo, o segundo que mais a incomodou naquela noite foi tentar entender se em algum lugar do mundo existe algum homem que goste do tipo que ela é. Bom, melhor eu apresentá-la a vocês primeiro.

Essa velha colega é divertida, engraçada, muuuuito doida, um tanto atrapalhada na entrega de trabalhos, debochadíssima e tem entre 22 e 24 anos. O ponto crucial da questão dela é que os amigos dela e as pessoas com quem ela se envolve só gostam de mulher certinha, santinha, bobinha, e qualquer “inha” chato que se possa imaginar. 

Primeiro erro: os amigos dela não são o tipo de cara que ela gosta. Então eles, automaticamente, têm que ser retirados como exemplo de qualquer coisa. 

Segundo erro: Chorão cantou aos quatro ventos e não é possível que ela não tenha entendido que “toda patricinha adora um vagabundo”. E a recíproca também é verdadeira. Sinto lhe informar.

Ela está no caminho certo se envolvendo com homens que tenham a ver com ela, que a atraem física e psicologicamente, mas não é bem naquele tipo que tem que depositar todas as fichas. Eles são loucos como ela, divertidos como ela, debochados como ela e, simplesmente, adoram a companhia dela, mas, no fim das contas, acabam a encarando como amiga. Fala sério, ela é o tipo perfeito para ser amiga deles!

Com certeza existe por aí algum cara muito louco, e não tão “vagabundo”, que não a queira só como amiga. E nesse, sim, ela deve depositar todas as fichas que os outros descartaram. Logo, logo o verdadeiro tipo de homem dela vai aparecer por aí, talvez numa mesa de bar discutindo velhos dilemas com velhos colegas. E aí ela vai perceber que valeu a pena todos os ex-ficantes que viraram amigos e não namorados. Amém. Ele tem que estar por aí, porque não é possível que as “inhas” vão conseguir prender todos os tipos da face da Terra.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

De volta à raízes

Tim Maia pra mim é rei. Sempre que penso em música boa para cantar, logo me vêm as dele na cabeça. Me dê motivo, Do Leme ao Pontal, “Não adianta vir com guaraná pra mim, é chocolate o que eu quero beber”, entre outros sucessos do Síndico do Brasil. Dar aquela engrossada na voz e pagar a rouca é o meu jeito Tim Maia de cantar. Assim como eu me inspiro nele toda vez que canto qualquer tipo de música (sim, qualquer um), Zeca Pagodinho e Lulu Santos também têm os seus mestres – com a pequena diferença de que eles, realmente, sabem cantar, e eu não.

Ambos resolveram homenagear os artistas que os inspiraram e os tornaram cantores do estilo musical adotado por cada um. Zeca Pagodinho completa 30 anos de carreira e disse abertamente à TV, impressos e a quem mais quisesse ouvir que o seu novo DVD, “Vida Que Segue”, é em homenagem aos grandes cantores e compositores do samba. Noel Rosa, João Nogueira, Cartola, entre outros, são citados com suas canções na voz do grande Zeca. Com toda a humildade, ele voltou no tempo e continuou mantendo viva uma geração de sambistas de 1° linha.


Já Lulu Santos, quis dar uma nova “cara” para os hits dos reis do Iê-iê-iê. Roberto Carlos e Erasmo Carlos terão os seus sucessos regravados na voz de Lulu, no novo álbum intitulado “Lulu Canta & Toca Roberto e Erasmo”. Desde os anos 80, o cantor vem se adaptando aos novos estilos musicais – já passou da eletrônica ao funk. – E com as músicas de Roberto e Erasmo ele não faria diferente; deu o seu próprio toque, um pouquinho de Lulu nas canções que moveram a década de 60.


Todos nós somos também o que ouvimos. Os nossos cantores favoritos conseguem dizer tudo aquilo que a gente sente, mas não sabe como expressar, e é por isso que muitas vezes nos baseamos neles para ser aquilo que queremos. Ou pelo menos tentamos pegar a melhor parte deles para gente.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O Teorema Katherine - A maldita previsibilidade (ou não) dos namoros

"Quando se trata de garotas (e, no caso de Colin, quase sempre se tratava), todo mundo tem o seu tipo. O de Colin Singleton não é físico, mas linguístico: ele gosta de Katherines. E não de Katies, nem Kats, nem Kitties, nem Cathys, nem Rynns, nem Trinas, nem Kays, nem Kates, nem – Deus o livre – Catherines. K-A-T-H-E-R-I-N-E. Já teve dezenove namoradas. Todas chamadas Katherine.”


Com divertidas notas de rodapé e surpreendente reviravolta, a história de John Green[1] te prende a cada página virada.

Um teorema em mente, uma habilidade incrível de fazer anagramas, 19 Katherines com impressionantes tendências para serem terminantes[2], o melhor amigo Hassan e uma viagem sem destino; tudo a bordo do Rabecão do Satã[3].

Baseado na resolução do Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines , com uma matemática nada chata[4], o verão de Colin e Hassan se torna inesquecível. Depois de namorar 19 Katherines, com o coração aos pedaços pelo término com a K-19, será que Colin vai achar a vigésima?

Uma deliciosa leitura que vai te transportar para Gutshot, Tenessee e vai te fazer repensar sobre o que ou quem é importante para você. “... a sua importância é definida pelas coisas que são importantes procê. Seu valor é o mesmo das coisas que ocê valoriza”, filosofou Lindsey Lee Wells[5].


[1] Um autor bem humorado, que faz jus ao seu sucesso. Considerado autor best-seller pelo The New York Times.
[2] Pelo menos foi isso que comprovou a equação de Colin, o prodígio.
[3] Carro de Colin, que mais parecia uma banheira velha.
[4] Mas complicada como sempre para quem não é um nerd na matéria.
[5] Mais sobre Lindsey Lee Wells no decorrer de “O Teorema Katherine”.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Geração Cola-Cola - A história do filho da revolução

O livro “Renato Russo – O filho da revolução”, de Carlos Marcelo, é uma história não apenas sobre o Renato Russo e a Legião Urbana, mas também do rock nacional e da identidade que finalmente se formou em Brasília.


Carlos Marcelo consegue resistir à desequilibrada vida pessoal de Renato e faz o que poucos autores têm coragem de fazer: vende a história do astro e não da pessoa. 

Um livro sem medo de não escancarar e não vulgarizar a vida de um ídolo nacional. Ainda, sim, acho um tiro no escuro não ter entrado em detalhes da vivência de Júnior. Seria uma boa história – e aposto que muitos leitores, após terminar o livro, ficaram com “sede” de resposta. Qual a razão ou inspiração para letras memoráveis como “Quase sem querer”, “Eduardo e Mônica”, “Será”, entre outras? Corajoso, mas deixou a desejar.

Nos últimos anos de vida, Renato começou a planejar sonhos antigos, como virar cineasta. Sua vontade era que, além da cinebiografia da Legião, também fosse parar nas telas do cinema as famosas histórias de Eduardo e Mônica, e do Faroeste Caboclo. Bom, um de seus sonhos tem a estreia marcada para 30 de maio. Já o outro – Eduardo e Mônica – teve alguns clipes reconstruídos que valem a pena serem vistos (abaixo).


Uma vez Renato questionou: “O público esqueceu Elvis Presley, quando ficou dois anos no Exército, sem tocar? Ou esqueceu Jerry Adriani? Rock é sintonia.” Ele tinha razão. Rock é sintonia. 16 anos sem Renato Russo e seus pedaços, os mais preciosos, ainda estão com a gente, os filhos da Geração Coca-Cola.


quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Para você, o que é felicidade?


Felicidade para mim é quando, no meio da noite, ele vira para o meu lado só para me abraçar. É quando depois de um momento de muitas risadas, nós paramos por alguns segundos olhando e admirando o outro, e em seguida, ele diz “eu amo-te muito”. É quando no meio da rua, ele acha a minha mão e arranja uma forma de tocar em mim ininterruptamente. 

Mas a minha felicidade não se constitui só dele. Como a sua ou a da minha vizinha do andar de cima também pode não depender só de uma pessoa. Ser feliz para mim é também sair para uma festa com a Ju, a Márcia Stela ou a Fran. É uma tarde em casa, com os meus pais, dançando e cantando samba na sala. É passar uma tarde de verão tomando cerveja com o pessoal de Carangola. É relembrar as histórias hilárias e antigas com a Raiana, enquanto todo mundo escuta pela vigésima vez, quando eu a empurrei dentro da sala de aula e ela caiu com a mesa e tudo. 

Ser feliz para mim é trabalhar com pessoas incríveis ao som de “canciones latinas”. É quando eu e Marcela arranjamos um modo de ser feliz a partir do nada. É também quando me jogo no funk ou quando passo o dia em um churrasco ouvindo pagode com o meu pessoal.  É ir a uma festa com a Jéssica e perceber que não perdemos nada da nossa alegria. É ir para Viçosa visitar a Thatá e entender por que ela – que para quem olha de fora é tão diferente de mim – sentou diversas vezes ao meu lado na 7° série até virarmos amigas.

Às vezes a minha felicidade está até mesmo em ficar sozinha na minha casa de Carangola, em um dia de sol, brincando com os cachorros, lendo um livro, vendo “Sessão da Tarde”, que seja. A minha felicidade está aqui e acolá. Está nas pessoas que me fazem rir, nas que me adoram, nas que tenho inúmeras histórias juntas. E para você? O que é felicidade?

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Seu cheiro

Esse cheiro que sinto quando estou com o seu casaco emprestado, me leva para outros mundos. Aqueles, sabe? Aqueles em que eu vivia com você, fazendo o almoço junto contigo enquanto ríamos das travessuras um do outro dentro da cozinha, e depois nos beijávamos, ainda rindo. E sorrindo. E vivendo aquele momento. Só ele. Até o fim.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

100 maiores vozes brasileiras



“Qual a maior voz da música brasileira?”. Essa foi a enquete no site da revista Rolling Stone Brasil durante um mês. Na capa desta edição veio o resultado! O primeiro lugar ficou com o Síndico do Brasil! Tim Maia, com o seu vozeirão e o soul que embalou décadas, garantiu o ouro na publicação comemorativa dos seis anos da Rolling Stone Brasil.

No top 10 ficou, respectivamente, Tim Maia, Elis Regina, Ney Matogrosso, Wilson Simonal, Maria Bethânia, Roberto Carlos, Gal Costa, Caetano Veloso, Clara Nunes e Milton Nascimento. Sem dúvida vozes marcantes do cenário musical do Brasil, mas, a meu ver, muito gente talentosa acabou ficando de fora dessa lista, como o saudoso Cazuza.

Na edição especial de aniversário, duas capas foram para as bancas. Uma com Tim e outra com Elis. Na matéria, personalidades da música falam desses grandes intérpretes. Maria Rita fala de sua mãe Elis, Seu Jorge de Tim e Rita Lee, a vovó do rock, descreve Ney, perfeitamente, em apenas uma frase: “Nunca houve entre os cantores brasileiros uma figura tão sedutora, chique e atrevida”.

A Rolling Stone deste mês chegou às bancas essa semana, no dia 15, e eu já estou ansiosa, indo de banca em banca para comprar a minha. Se eu fosse você faria o mesmo. :)