quarta-feira, 22 de maio de 2013

De volta à raízes

Tim Maia pra mim é rei. Sempre que penso em música boa para cantar, logo me vêm as dele na cabeça. Me dê motivo, Do Leme ao Pontal, “Não adianta vir com guaraná pra mim, é chocolate o que eu quero beber”, entre outros sucessos do Síndico do Brasil. Dar aquela engrossada na voz e pagar a rouca é o meu jeito Tim Maia de cantar. Assim como eu me inspiro nele toda vez que canto qualquer tipo de música (sim, qualquer um), Zeca Pagodinho e Lulu Santos também têm os seus mestres – com a pequena diferença de que eles, realmente, sabem cantar, e eu não.

Ambos resolveram homenagear os artistas que os inspiraram e os tornaram cantores do estilo musical adotado por cada um. Zeca Pagodinho completa 30 anos de carreira e disse abertamente à TV, impressos e a quem mais quisesse ouvir que o seu novo DVD, “Vida Que Segue”, é em homenagem aos grandes cantores e compositores do samba. Noel Rosa, João Nogueira, Cartola, entre outros, são citados com suas canções na voz do grande Zeca. Com toda a humildade, ele voltou no tempo e continuou mantendo viva uma geração de sambistas de 1° linha.


Já Lulu Santos, quis dar uma nova “cara” para os hits dos reis do Iê-iê-iê. Roberto Carlos e Erasmo Carlos terão os seus sucessos regravados na voz de Lulu, no novo álbum intitulado “Lulu Canta & Toca Roberto e Erasmo”. Desde os anos 80, o cantor vem se adaptando aos novos estilos musicais – já passou da eletrônica ao funk. – E com as músicas de Roberto e Erasmo ele não faria diferente; deu o seu próprio toque, um pouquinho de Lulu nas canções que moveram a década de 60.


Todos nós somos também o que ouvimos. Os nossos cantores favoritos conseguem dizer tudo aquilo que a gente sente, mas não sabe como expressar, e é por isso que muitas vezes nos baseamos neles para ser aquilo que queremos. Ou pelo menos tentamos pegar a melhor parte deles para gente.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O Teorema Katherine - A maldita previsibilidade (ou não) dos namoros

"Quando se trata de garotas (e, no caso de Colin, quase sempre se tratava), todo mundo tem o seu tipo. O de Colin Singleton não é físico, mas linguístico: ele gosta de Katherines. E não de Katies, nem Kats, nem Kitties, nem Cathys, nem Rynns, nem Trinas, nem Kays, nem Kates, nem – Deus o livre – Catherines. K-A-T-H-E-R-I-N-E. Já teve dezenove namoradas. Todas chamadas Katherine.”


Com divertidas notas de rodapé e surpreendente reviravolta, a história de John Green[1] te prende a cada página virada.

Um teorema em mente, uma habilidade incrível de fazer anagramas, 19 Katherines com impressionantes tendências para serem terminantes[2], o melhor amigo Hassan e uma viagem sem destino; tudo a bordo do Rabecão do Satã[3].

Baseado na resolução do Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines , com uma matemática nada chata[4], o verão de Colin e Hassan se torna inesquecível. Depois de namorar 19 Katherines, com o coração aos pedaços pelo término com a K-19, será que Colin vai achar a vigésima?

Uma deliciosa leitura que vai te transportar para Gutshot, Tenessee e vai te fazer repensar sobre o que ou quem é importante para você. “... a sua importância é definida pelas coisas que são importantes procê. Seu valor é o mesmo das coisas que ocê valoriza”, filosofou Lindsey Lee Wells[5].


[1] Um autor bem humorado, que faz jus ao seu sucesso. Considerado autor best-seller pelo The New York Times.
[2] Pelo menos foi isso que comprovou a equação de Colin, o prodígio.
[3] Carro de Colin, que mais parecia uma banheira velha.
[4] Mas complicada como sempre para quem não é um nerd na matéria.
[5] Mais sobre Lindsey Lee Wells no decorrer de “O Teorema Katherine”.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Geração Cola-Cola - A história do filho da revolução

O livro “Renato Russo – O filho da revolução”, de Carlos Marcelo, é uma história não apenas sobre o Renato Russo e a Legião Urbana, mas também do rock nacional e da identidade que finalmente se formou em Brasília.


Carlos Marcelo consegue resistir à desequilibrada vida pessoal de Renato e faz o que poucos autores têm coragem de fazer: vende a história do astro e não da pessoa. 

Um livro sem medo de não escancarar e não vulgarizar a vida de um ídolo nacional. Ainda, sim, acho um tiro no escuro não ter entrado em detalhes da vivência de Júnior. Seria uma boa história – e aposto que muitos leitores, após terminar o livro, ficaram com “sede” de resposta. Qual a razão ou inspiração para letras memoráveis como “Quase sem querer”, “Eduardo e Mônica”, “Será”, entre outras? Corajoso, mas deixou a desejar.

Nos últimos anos de vida, Renato começou a planejar sonhos antigos, como virar cineasta. Sua vontade era que, além da cinebiografia da Legião, também fosse parar nas telas do cinema as famosas histórias de Eduardo e Mônica, e do Faroeste Caboclo. Bom, um de seus sonhos tem a estreia marcada para 30 de maio. Já o outro – Eduardo e Mônica – teve alguns clipes reconstruídos que valem a pena serem vistos (abaixo).


Uma vez Renato questionou: “O público esqueceu Elvis Presley, quando ficou dois anos no Exército, sem tocar? Ou esqueceu Jerry Adriani? Rock é sintonia.” Ele tinha razão. Rock é sintonia. 16 anos sem Renato Russo e seus pedaços, os mais preciosos, ainda estão com a gente, os filhos da Geração Coca-Cola.