quarta-feira, 9 de julho de 2014

Com muito orgulho e com muito amor

Sou brasileira. Não só pelo futebol. É pelo futebol também. E não tenho vergonha alguma do meu país por não ganhar a Copa em casa. Tenho vergonha é da corrupção, do preconceito, do desonesto e de pessoas ruins, que só desejam o mal.


Ainda cantarei, no jogo pela disputa do terceiro lugar, com a mão no peito, o hino nacional. Foi assim que fui educada, em todas as segundas-feiras, nos vários anos do colégio. Será com muito orgulho que me unirei ao coro e cantarei: “dos filhos deste solo és mãe gentil. Pátria amada, Brasil!”

Sempre me orgulhei do meu país. Não é só quando o Brasil levantou cinco taças da Copa do Mundo que me senti brasileira (como muitos outros). Eu sou brazuca é por causa de Rita Lee, de Cartola, de Tim Maia. E também por causa de Thiaguinho, de Preta Gil, de Valesca Popozuda. É pela bossa nova, pelo tropicalismo, pelos reis do iê iê iê, pelo funk carioca, pelo sertanejo, pelo forró e, é claro, pela samba.

Com muito orgulho e com muito amor, sou brasileira por Neymar, por David Luiz, por Júlio César. Mas sou também “flamengo até morrer”. Sou Rio de Janeiro, sou Minas Gerais, sou graças a esse batuque que de longe anima gringos e cidadãos nacionais. 

Principalmente, sou brasileira por causa do povo. Essa gente que sorri à toa, que vê o lado positivo das coisas, que chama amigo pra sair todo final de semana, que paga quando o amigo não tem dinheiro, que conversa com estranhos como se já se conhecessem há anos, que fazem amizades, na madrugada, com os garçons dos bares que frequenta.

É esse povo animado, que vira noite numa roda de samba, num luau, batendo papo com os amigos ou que chega em casa com o pessoal já indo trabalhar, com a cara amassada e o salto na mão. É deles e por eles que me orgulho. É esse “jeitinho brasileiro” bem-humorado que me faz ter tanto amor e orgulho por esse “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”.

O Brasil é o país do futebol e do Carnaval. Mas leia bem. Em nenhum momento foi dito que é o país só do futebol e do Carnaval. Somos muito mais do que dribles e festas carnavalescas. Somos pessoas felizes, pessoas que não desistem, que se superam, pessoas que mesmo com pouco não reclamam da vida. Aliás, os que reclamam tanto do Brasil, não sei por que não vão morar fora, já que consideram o país tão ruim. Para de reclamar e “senta e relaxa”, ou faz alguma coisa para mudar a situação que te incomoda. Só, pelo amor de Deus, não “senta e reclama”, não, senão ninguém te atura.