quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O poeta ainda está vivo

Fãs existem aos montes e de diversas faixas etárias. Mas como é ser fã de alguém que quando você nasceu ele já não existia mais? Bom, se depender do Ministério da Cultura e da GVT esses fãs finalmente poderão ir à um show de seu ídolo. É isso mesmo. Cazuza irá subir ao palco 23 anos depois da sua morte.


Está sendo produzido o holograma do roqueiro dos anos 80 com o intuito de fazer com que quem nunca viu tenha a experiência de vê-lo cantando e quem já viu poder viver esse momento único. “A gente vai sentir que o dever está cumprido se na segunda música todo mundo estiver cantando com a holografia, e tipo, esquecer que isso é uma holografia”, comentou o roteirista do projeto #voltacazuza, Alexandre Rossi em entrevista ao documentário.

Além do show holográfico com participações especiais, também estão produzindo um documentário sobre essa nova experiência. Têm depoimentos de profissionais que estão trabalhando no projeto, de amigos, como Pedro Bial, parceiros musicais e, claro, de Lucinha Araújo, a mãe de Cazuza, que está sempre apoiando os trabalhos feitos sobre o seu filho.

#voltacazuza é o sonho de amigos, parentes e fãs sendo realizado. Dois episódios do documentário já foram liberados no site oficial do evento e o show ocorre neste sábado, dia 30, às 19h, no Parque da Juventude, em São Paulo. Para a alegria geral da nação, a entrada é livre.

Todo o amor que houver nesta vida pra todo mundo que está aqui. E pro mundo todo, principalmente para quem não tem amor”, Cazuza.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Os caras do CBJr invadiram o país

Fico pensando: será que quando Chorão escreveu "O coro vai comê" ele pensou que o Charlie Brown invadiria apenas Santos?


Tinha por volta dos 13 anos quando comecei a ouvir Charlie Brown Jr. "Papo reto" estava sempre sendo cantada pela galera que eu andava. Parecia que o CBJr fazia música para a gente, pros jovens. Não é à toa que logo "Não é sério" virou quase que um hino para os mais novos da época. Sentíamos mesmo que "o jovem no Brasil nunca era levado a sério".

Minha lembrancinha dos 15 anos
(brega, eu sei)
Meu primeiro CD foi o "Acústico MTV". A partir daí vieram alguns outros e vários subtítulos inspiradores no extinto MSN com as músicas escritas pelo Chorão. Lembro que meu pai me zoava pelo modo como o Chorão cantava e sua performance no palco, mas eu não ligava. Mandava língua para ele e continuava a curtir a música. Naquela época eu vestia roupas pretas e "só" ouvia rock. As cores do meu aniversário de 15 anos foram roxo e preto. Eu vesti uma meia arrastão e uma bota plataforma de cano alto. Na lembrancinha tinha uma foto minha (com roupas pretas, claro) como se eu estivesse numa capa da Capricho e várias frases que eu gostava; uma delas era: "Meu estilo de vida liberta a minha mente. Completamente louco, mas um louco consciente."

Lembro como se fosse ontem. Início de março desse ano, logo pela manhã, minha mãe me liga. Decido não atender. Estava ocupada e depois a retornaria. Mas ela insistiu e após a ligação cair, ela me mandou uma mensagem. Rendi-me e parei o que estava fazendo e fui ver o que ela queria. "Filha, Chorão morreu na madrugada".

Depois de tantos fãs homenagearem o cantor e compositor que falou por tantos jovens desse Brasil através de suas canções, e muitas especulações sobre as declarações invejáveis a sua ex-mulher em forma de composições e a ligação com a sua morte, vem a notícia d`A Banca. Uma chance do trabalho não só do Chorão, mas de todos que compunham a banda perpetuar. E logo se esvaia essa esperança. Em setembro, morre Champignon. Agora temos o último e póstumo álbum chamado La Família 013. Uma música, em especial, parece que Chorão previu o que iria acontecer e deixou o recado para uma nação: "Então vamos viver e um dia a gente se encontra". Pena que ele não pôde viver tanto assim, mas numa coisa ele acertou; um dia a gente se encontra.