segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Os caras do CBJr invadiram o país

Fico pensando: será que quando Chorão escreveu "O coro vai comê" ele pensou que o Charlie Brown invadiria apenas Santos?


Tinha por volta dos 13 anos quando comecei a ouvir Charlie Brown Jr. "Papo reto" estava sempre sendo cantada pela galera que eu andava. Parecia que o CBJr fazia música para a gente, pros jovens. Não é à toa que logo "Não é sério" virou quase que um hino para os mais novos da época. Sentíamos mesmo que "o jovem no Brasil nunca era levado a sério".

Minha lembrancinha dos 15 anos
(brega, eu sei)
Meu primeiro CD foi o "Acústico MTV". A partir daí vieram alguns outros e vários subtítulos inspiradores no extinto MSN com as músicas escritas pelo Chorão. Lembro que meu pai me zoava pelo modo como o Chorão cantava e sua performance no palco, mas eu não ligava. Mandava língua para ele e continuava a curtir a música. Naquela época eu vestia roupas pretas e "só" ouvia rock. As cores do meu aniversário de 15 anos foram roxo e preto. Eu vesti uma meia arrastão e uma bota plataforma de cano alto. Na lembrancinha tinha uma foto minha (com roupas pretas, claro) como se eu estivesse numa capa da Capricho e várias frases que eu gostava; uma delas era: "Meu estilo de vida liberta a minha mente. Completamente louco, mas um louco consciente."

Lembro como se fosse ontem. Início de março desse ano, logo pela manhã, minha mãe me liga. Decido não atender. Estava ocupada e depois a retornaria. Mas ela insistiu e após a ligação cair, ela me mandou uma mensagem. Rendi-me e parei o que estava fazendo e fui ver o que ela queria. "Filha, Chorão morreu na madrugada".

Depois de tantos fãs homenagearem o cantor e compositor que falou por tantos jovens desse Brasil através de suas canções, e muitas especulações sobre as declarações invejáveis a sua ex-mulher em forma de composições e a ligação com a sua morte, vem a notícia d`A Banca. Uma chance do trabalho não só do Chorão, mas de todos que compunham a banda perpetuar. E logo se esvaia essa esperança. Em setembro, morre Champignon. Agora temos o último e póstumo álbum chamado La Família 013. Uma música, em especial, parece que Chorão previu o que iria acontecer e deixou o recado para uma nação: "Então vamos viver e um dia a gente se encontra". Pena que ele não pôde viver tanto assim, mas numa coisa ele acertou; um dia a gente se encontra.


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