Cidade
natal é, teoricamente, onde nascemos. Mas para mim é onde o meu
coração está. É aquele frio na barriga e aquela ansiedade ao
chegar no trevo e só pensar nos meus pais, nos meus amigos e na
comida que só a mamãe sabe fazer com tanto amor.
Quando
penso no meu lugar lembro dos momentos e pessoas mais importantes
para mim. É a tranquilidade que a natureza nos traz, mas também a
agitação do bar da Janete e das festas do Tênis. São pessoas com
as quais tenho histórias sem fim. Histórias de alegria, de drama na
adolescência, de amores perdidos, de carnavais passados, de
recuperações na escola e de criações de laços.
Foi
provavelmente onde constituí as melhores amizades e as primeiras
grandes brigas; aqueles “belém-belém” intermináveis de um mês.
Foi onde percebi que a primeira amiga que fiz ali, antes mesmo de eu
me mudar para lá, já não tinha tanto a ver comigo. Embora exista
um carinho enorme é estranho perceber que nossas personalidades
tomaram caminhos diferentes. E é lá onde todas essas amizades e
histórias estão guardadas.
Ir no
feriado ou passar as férias na cidade natal é reviver tudo aquilo.
É perceber que no teu quarto de lá ainda tem fotos daquele amigo
que você nem conversa mais, ou aquela outra do seu aniversário de
15 anos. É remexer nas gavetas e encontrar diários que mantêm
segredos mais detalhados do que os contados para a melhor amiga. É
achar aqueles Cds que nunca mais ouviu nada vida; é ainda não ter
descolado aquele pôster da porta do guarda-roupa; é achar aquelas
cartinhas que as amigas escreveram há 10 anos.
Voltar
para lá é reencontrar velhos e bons amigos, que por mais distantes
que possam estar naquele momento, sabe que estarão sempre ali por
você, e que sempre que se juntarem vão cair na gargalhada lembrando
de antigas brigas estúpidas e tombos memoráveis. Carangola é isso.
É sorriso na entrada e saudade na saída.
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